5 de Dezembro de 1932: Maternidade Dr. Alfredo da Costa Abre ao Público
Há precisamente 92 anos, no dia 5 de dezembro de 1932, materializava-se o sonho do médico obstetra Manuel Vicente Alfredo da Costa, falecido em 1910, de criar uma maternidade pública para as grávidas e puérperas, oferecendo melhores condições de saúde às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos.
Recordamos a data partilhando dois documentos referentes à conta da despesa feita com o tratamento de doentes pobres residentes no concelho de Loures, no ano civil de 1932 e admitidas na Maternidade Alfredo da Costa sem as respetivas guias de responsabilidade. Podemos constatar que durante o mês de dezembro apenas uma doente recorreu aos serviços da maternidade, que a despesa até 31 de dezembro orçou em 297$00 e que a liquidação desse valor era da responsabilidade do Município. Estes registos dão-nos uma ideia sobre as práticas de saúde pública na época e sobre o funcionamento da assistência social, revelando que os municípios eram responsáveis por pagar as despesas médicas dos doentes pobres nos hospitais.
A edificação do hospital, a primeira maternidade construída de raiz em Portugal, enfrentou vários contratempos. A Primeira Guerra Mundial e a grave crise financeira ulterior atrasaram o projeto inicial, delineado em 1914. A construção do edifício só se concretizou durante o regime ditatorial de Oliveira Salazar. Inaugurada a 31 de maio de 1932, só abriu ao público em dezembro do mesmo ano.
Desde então, apesar das crises cíclicas, a maternidade tem sido uma referência na cidade de Lisboa e em Portugal e um local emblemático para várias gerações de lisboetas e não só, que vieram ao mundo no hospital que deve o seu nome ao pioneiro da obstetrícia em Portugal. Com uma longa história ao serviço da comunidade a Maternidade Alfredo da Costa tem-se distinguido pela qualidade e inovação na assistência obstétrica e nos cuidados de saúde materna e neonatal.
CML – AML – Correspondência Recebida, 1933