1919 | Tratado de Paz
A cinco de agosto de 1920, o Governo Civil do Distrito de Lisboa, remetia uma circular às câmaras municipais do distrito de Lisboa, dando-lhes conhecimento dos artigos números 225 e 226 do Tratado de Paz assinado em Versalhes a 28 de junho de 1919. No texto transcrito na circular comunicavam-se as normas inscritas na "Parte VI, Seção II, Sepulturas".
O Tratado de Versalhes, elaborado após o termo da Primeira Guerra Mundial entre os países aliados e o governo alemão, seria ratificado em janeiro de 1920 pela recém-criada Liga das Nações, antecessora da Organização das Nações Unidas (ONU), e entraria em vigor em junho de 1920. Neste pacto, os germânicos assumiam a responsabilidade do conflito, comprometendo-se a satisfazer uma série de exigências políticas, militares e económicas. Uma lista de imposições duríssimas que os alemães foram obrigados a aceitar, apesar de as sentirem como uma humilhação.
Na prática, a Primeira Guerra Mundial e os acordos que se seguiram, redesenharam o mapa político, redefiniram fronteiras, introduzindo novas tensões numa Europa em que as potências vencedoras tinham igualmente interesses particulares e agenda própria. A Alemanha, faminta, isolada e enfraquecida, financeira e territorialmente diminuída, afundava-se numa grave crise em que o racionamento, a inflação e o desemprego sobrecarregavam o quotidiano do povo alemão.
Se alguns autores têm afirmado que as severas restrições impostas aos alemães, feridos no seu orgulho e animados pelo desejo de vingança, contribuíram para o aparecimento de ideologias políticas mais radicais, acelerando a ascensão de Hitler, outros, porém, não encontram uma ligação direta entre o tratado e o nazismo. Certo ou não, vinte anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes, eclodia a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
CML - AML – Série Correspondência Recebida