Para aceder ao conteúdo da página, clique aqui.

Arquivo Municipal

"O que nos Dizem os Documentos"



recua
Arquivo Municipal de Loures | 2023-02-15

Ciclone de 15 de Fevereiro de 1941: Memórias de um Dia Dantesco 

Há 82 anos, no começo da tarde de 15 de fevereiro e quando nada o fazia prever, um forte ciclone assolava todo o território peninsular. Subitamente, Portugal foi afetado pela tempestade mais violenta de que havia memória, com elevada precipitação e rajadas de vento a atingir mais de 150 quilómetros por hora. Um drama nacional que, em poucas horas, causou mais de uma centena de vítimas mortais, um indeterminado número de feridos e prejuízos materiais que comprometeram gravemente a economia nacional. O temporal de 1941 foi uma das maiores calamidades ocorridas em Portugal nos últimos duzentos anos, encontrando-se entre as cinco mais graves catástrofes verificadas na Europa no século XX.

Loures, como todo o distrito de Lisboa, não escapou a este cenário dantesco. No acervo do Arquivo Municipal de Loures encontramos dezenas de documentos que testemunham o impacto da tempestade no concelho de Loures e na vida dos seus munícipes.

Selecionámos oito circulares e ofícios que nos dão a conhecer os enormes estragos na junta de freguesia de Bucelas, os prejuízos nas instituições de assistência do concelho de Loures, os bombeiros de Sacavém feridos na sequência do ciclone, os danos causados nas espécies florestais, bem como as consequências económicas resultantes. Noutros documentos solicita-se o envio de nota detalhada dos chefes de família, reconhecidamente pobres, falecidos no concelho de Loures em virtude do ciclone, de nota das quantidades de árvores arrancadas ou partidas no concelho de Loures e de informação precisa sobre todas as perdas.

Numa circular do Governo Civil de Lisboa pede-se que sejam tomadas providências no sentido de reparar o Aqueduto que atravessava a Quinta da Mitra, Património do Estado, e que sofrera desmoronamentos em 119 metros da sua extensão, provocando grandes perturbações no abastecimento de água à população da freguesia de Santo Antão do Tojal.

No documento remetido pela Câmara Municipal do Porto, no início de março, começava a desenhar-se o movimento de homenagem dos Municípios Portugueses ao Governo e, em particular, ao Ministro das Obras Públicas, Engenheiro Duarte Pacheco, que se concretizaria três meses depois.

     
  

     


      

     

CML - AML – Série Correspondência Recebida

topo