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DOCUMENTOS COM HISTÓRIA



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Arquivo Municipal de Loures | 2021-07-01

Documentos com História
Julho | 2021
A varíola e o Parque Vacinogénico de Lisboa

Considerada a primeira doença humana a ter sido declarada erradicada, nos anos 80 do século XX, deve-se o estudo e a aplicação de uma vacina para a varíola, a primeira que existiu na história da medicina ocidental, ao médico britânico Edward Jenner (Berkeley, 17/5/1749 - 26/1/1823).

Em 1789, Jenner observou que as vacas tinham feridas iguais às provocadas pela varíola no corpo humano, uma versão mais leve da doença designada como varíola bovina ou bexiga vacum. A partir das observações em pessoas que lidavam com gado sem contrair varíola, inoculou o líquido que saía das feridas dos animais numa criança que, semanas depois, sujeito ao vírus da varíola passou incólume à doença, estando assim descoberta a imunização.

Apesar das críticas desfavoráveis, o seu método foi seguido por outros cientistas e, tendo chegado a Portugal em 1804, só em 1812, sob a influência de Bernardino António Gomes, é criada a Instituição Vacínica na Academia Real das Ciências de Lisboa para continuar a vacinação paralisada em consequência das invasões francesas.

Fundado, em 1888, pelos médicos Carlos Moniz Tavares e Guilherme José Enes, o Parque Vacinogénico de Lisboa localizava-se na Avenida Almirante Reis e destinava-se à cultura e ao fornecimento de vacinas de origem animal, conforme anunciava num panfleto ilustrado e detalhado. Sendo as instalações exíguas, na década de 30 do século XX o Parque Vacinogénico transfere-se para a Ramada, à época uma povoação da freguesia de Odivelas, tendo sido extinto perto do final do século.


 



Ofício e panfleto do Parque Vacinogénico de Lisboa a comunicar a sua disponibilidade para fornecer vacinas antivariólicas (1888-03-17)
Câmara Municipal de Loures, Correspondência recebida, 1888, doc. nº 38

 
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