Documentos com História
Junho | 2021
A primeira corporação de bombeiros no concelho de Loures (1887)
As primeiras orientações para o socorro em caso de incêndios datam de 1395, para Lisboa, por iniciativa de D. João I. O crescimento das povoações trouxe consigo novos problemas de incêndios e pelo país começaram a surgir formas de defesa das populações. Depois do grande terramoto de 1755, que em Lisboa foi responsável pelo incêndio que destruiu grande parte da cidade, começaram a surgir grupos mais ou menos organizados de homens que acudiam aos incêndios com bombas manuais de tiragem de água e assim surgiram os bombeiros.
Quando se deu a mudança do concelho dos Olivais para o de Loures, visto ser um território pouco urbanizado, não existiam bombeiros e a Câmara Municipal apenas tinha à disposição das populações uma bomba manual nos principais centros urbanos, podendo dela servir-se quem dela necessitasse. Logo nos dias seguintes à mudança da Câmara Municipal para os Paços do Concelho situados na Mealhada, à entrada da povoação de Loures, deveu-se a um jovem de 21 anos, Fernando Augusto de Lacerda e Mello (Loures, 6/8/1865 – Rio de Janeiro, 6/8/1918), a iniciativa de agregar à sua volta alguns homens para criar em Loures a primeira corporação de bombeiros voluntários e a requerer à Câmara Municipal de Loures que lhes cedesse o material de combate a incêndios. Além disso, propunham ainda que na povoação de Loures existisse uma estação de socorro fixa. Apesar da boa vontade dos envolvidos, a falta de sinistros a que ocorrer deve ter levado à provável desmotivação dos bombeiros e ao abandono da corporação, que seria extinta uns cinco anos depois.
Requerimento de Fernando de Lacerda, João Francisco de Jesus e António Nunes Corrêa, de Loures, propondo a entrega de material de incêndio a uma associação de bombeiros voluntários constituída na povoação (1887-07-20)
Câmara Municipal de Loures, Requerimentos e representações, 1887, doc. n.º 80