A Rádio Nacional em Tempo de Guerra (1941)
Hoje, 13 de fevereiro, celebramos o Dia Mundial da Rádio. Para assinalar a data, destacamos uma circular expedida a 2 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, pelo Governo Civil do Distrito de Lisboa. O documento reproduzia uma informação da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), proibindo a audição de programas de rádio dos países beligerantes ou dos seus simpatizantes, em locais públicos ou centros de reunião, por serem considerados incompatíveis com a neutralidade de Portugal. Em simultâneo, a circular encorajava a população a sintonizar a Emissora Nacional, a estação que, segundo a PVDE, transmitia notícias oficiais sobre a guerra, mantendo a imparcialidade necessária.
Longe dos tempos em que foi o principal meio de comunicação, mormente para aqueles que viviam em lugares distantes, a rádio tem demonstrado uma resiliência impressionante. Apesar da sua história, muitos previram o seu fim com a chegada da televisão e, mais tarde, com a ascensão da Internet. Contudo, apesar da resistência inicial, a rádio mostrou uma notável capacidade de adaptação à era digital e às mudanças no perfil da audiência, incorporando as tecnologias que inicialmente pareciam ameaçá-la. Reinventou-se ao integrar plataformas digitais e visuais, permitindo uma interatividade que a tornou mais competitiva que nunca. Escutar rádio, ouvir música, significa, cada dia mais, estar online e aceder a conteúdos em streaming ou podcast.

CML – AML – Correspondência Recebida, 1941