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Arquivo Municipal de Loures | 2025-01-25

A Dactiloscopia e a Identificação de Pessoas

A propósito da importância da dactiloscopia na identificação de pessoas e das suas múltiplas utilizações na sociedade atual, divulgamos um ofício, com data de 25 de janeiro de 1941, enviado pelo Arquivo Geral do Registo Criminal e Policial à Câmara Municipal de Loures, em que se confirma a receção de um boletim dactiloscópico pertencente a um munícipe lourense.

Embora a antropometria, que estuda os carateres mensuráveis da morfologia humana, tenha sido o primeiro método científico de identificação humana, a datiloscopia, que analisa as impressões digitais, desenvolveu-se quase em simultâneo. Com o tempo, a papiloscopia, como também é conhecida, ganhou relevância científica tanto no reconhecimento de pessoas, como em investigações criminais e forenses.

No final do século XIX, sobretudo após o estudo pioneiro de Francis Galton, intitulado Finger Prints, a improbabilidade de existência de duas impressões digitais iguais começou a ganhar forma. O cientista inglês demonstrou que nenhum ser humano possui impressões digitais ou palmares iguais à de outro. A nova técnica baseava-se na estampagem das marcas dos dedos e, numa primeira fase, consistiu na recolha das papilas dérmicas – saliências como sulcos, cristas, poros na pele – nos dez dedos das mãos, aos quais se aplicava um sistema descritivo para os tipos de desenhos formados pela orientação das linhas.

Desde então, a dactiloscopia tem sido uma ferramenta crucial na identificação de pessoas, com uma ampla aplicação na segurança pública, na resolução de crimes, no reconhecimento de suspeitos e vítimas, na documentação civil, no controle de fronteiras e até mesmo em sistemas de autenticação digital. Como curiosidade, refira-se que, em Portugal, Rodolfo Xavier da Silva, prestigiado médico-legista, professor e político, foi o responsável pela identificação, em 1908, da primeira pessoa através de impressões digitais.

CML – AML – Correspondência Recebida, 1941

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