Dia Internacional da Mulher
Em 1977, as Nações Unidas proclamaram o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, consagrando os direitos das mulheres, as suas conquistas e lutas.
Dir-se-á que, desde então, muitas das discriminações se esbateram e que a crescente intervenção da mulher na vida cívica, política, económica, social e cultural lhe atribuiu um novo lugar, mais igualitário. Uma realidade inegável. Como certos são também outros olhares sustentados na ignorância, na manipulação e no preconceito. Como incontroversas são igualmente outras atrocidades, que afetam sobretudo as mulheres, como o tráfico humano e sexual ou a violência doméstica.
Durante o Estado Novo, a situação da mulher na sociedade portuguesa caracterizava-se pela ausência (quase) total de direitos. Submissa ao poder do pai, do irmão ou do marido. As mulheres não podiam sair do país, abrir conta bancária ou trabalhar sem autorização do marido. Muitas profissões estavam-lhes vedadas. Ser enfermeira, implicava limitações de direitos, como o direito de casar. O casamento de professoras requeria autorização do Ministro da Educação Nacional, concedida apenas se o pretendente tivesse vencimentos ou rendimentos, documentalmente comprovados, em harmonia com os vencimentos da professora.
O documento que exibimos – um atestado de bom comportamento para efeitos de casamento – ilustra uma das muitas restrições a que as mulheres estavam sujeitas durante esse período.
