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Arquivo Municipal de Loures | 2019-03-01

Documentos com História | Março de 2019

Proibido Proibir

José Carranca Redondo (Lousã, 1916 - Miranda do Corvo, 2005) é justamente considerado por muitos como o «pai» da publicidade em Portugal, tendo utilizado ao longo da sua vida comercial várias formas inovadoras de anunciar produtos, especialmente o seu, um conhecidíssimo licor.

Em 1958, ano em que começou a utilizar a televisão para fins publicitários, aproveitou a ocasião das eleições presidenciais para espalhar cartazes pelo país, tendo colocado alguns no concelho de Loures. Num período em que imperava a censura e a supressão de qualquer forma de expressão, afixar cartazes na via pública não era tarefa fácil e, quanto à propaganda política, era quase proibido.

Após as eleições, que se sabe foram viciadas a favor do candidato do regime, pois só assim poderia ocupar o lugar depois da popularidade e votação obtida pelo opositor Humberto Delgado, o Governo Civil avisa a Câmara Municipal de Loures que deve mandar retirar ou eliminar todas as inscrições de cariz político colocadas nos muros e nas paredes. Numa fiscalização feita em todo o concelho, certamente por durante o período eleitoral já ter sido suprimida, apenas foi encontrada propaganda a baterias e licores, precisamente a colocada por José Carranca Redondo, que é avisado para a retirar sob pena de multa. José Carranca Redondo não se surpreende e na volta do correio, em jeito de quem não percebeu, pede «a fineza de me informar qual a importancia que devo enviar para a sua regularizãao (sic)». Sabendo-se do seu jeito para escrever como lhe apetecia para criar surpresa no leitor, o erro ortográfico quando queria escrever regularização talvez tenha sido propositado.












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