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Arquivo Municipal

Documentos com História | Setembro de 2018



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Arquivo Municipal de Loures | 2018-09-01

O Casamento do Rei D. Pedro V com D. Estefânia (1858)

Depois de 50 anos de conflituosidade mal resolvida, em episódios como as Invasões Francesas e a guerra civil entre Liberais e Miguelistas, para a sua afirmação no seio da população faltava à monarquia portuguesa um momento de apaziguamento. O príncipe Pedro (Lisboa, 1837-1861), filho mais velho de D. Maria II e de D. Fernando, era um alento de esperança num país onde os membros da Casa Real surgiam como reserva moral da Nação e para onde, naturalmente, todas as atenções se voltavam.
 
Com apenas 16 anos de idade, após a morte de sua mãe, ascendeu ao trono como Pedro V, tendo seu pai sido regente até à sua maioridade, em 1855. Ao completar 18 anos foi aclamado Rei, tendo assistido nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo e, no ano seguinte, à inauguração do caminho de ferro entre Lisboa e Carregado.
 
Em 1858, D. Pedro V casa-se, por procuração, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen (Krauchenwies, 1837 - Lisboa, 1859). A cerimónia decorreu na Igreja de Santa Hedwig, em Berlim, sendo o conde de Lavradio responsável pelo contrato de matrimónio. Uma semana depois, D. Estefânia partiu de Düsseldorf para Ostende, onde embarcou no barco a vapor Mindelo rumo a Plymouth, Inglaterra, viajando depois até Portugal na corveta Bartolomeu Dias.
 
Todo o aparato protocolar e festivo foi transmitido aos municípios portugueses, recebendo estes um Decreto com o cerimonial previsto, que teriam de cumprir quando fosse chegado o momento do casamento real na Igreja de São Domingos, em Lisboa. Foi breve o casamento e a vida deste jovem casal, tendo D. Estefânia falecido no ano seguinte, aos 22 anos, vítima de difteria que, provavelmente, teria sido contraída durante uma visita a Vendas Novas. D. Pedro V viria a falecer em 1861, com apenas 24 anos, em virtude do surto de cholera-morbus (febre tifóide) que grassava em Lisboa.

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